Meu anjo, quando receber esta, já estarei muito longe, visando recuperar uma longínqua esperança, onde os sonhos se comprometem com a visão distorcida e opaca, as vontades serpenteiam em caminhos duvidosos, o passado é uma constante penúria em meu presente e o futuro é uma incógnita diante de mim.
Não!… Não sei aonde irão os meus passos ou quantos caminhos percorrerei, se realizarei todas as minhas esperanças ou concretizarei as minhas decepções. O meu espírito segue essa trilha insegura e incoerente, pois todo tipo de duvida pairam sobre o meu misterioso destino. E com toda certeza, levarei comigo a força estranha desse sentimento que teima habitar o meu peito, já ferido por não compreender e também não ser compreendido, apisoado pela ignorância conseqüente e que também se torna ignorante mediante a dúvida tortuosa que acompanham o temor da perda em meu subconsciente.
Deus… Deus meu, abrandai esse sentimento que sacode o meu peito e tortura o meu coração. Será que tudo isso é gostar ou é amor ou será que é uma simples obsessão? Não sei! Simplesmente não sei! Porque tudo é sofrimento, sofre quando se esta junto com o persistente medo da perda, quando se esta separado sofre pela ausência de carinho e atenção. O meu espírito sobrevive envolto entre a penúria do ser ou não ser, da realidade ou da ilusão, do amor e do ódio, de viver os momentos vivos ou viver os momentos mortos. Ter dói muito, mas no meu parecer o não ter parece perpetuar em minha alma.
Ao me ver nessa situação conflituosa me sinto como uma criança, abandonada, perdida e só em sua procura. Crio objetivo, monto ilusões, fabrico esperanças, aborto toda decepção e o meu pensamento que me leva a caminhos de eternos carinhos e do mais completo sentimento puro e verdadeiro. E vivo… Vivo com intensidade todo esse momento belo e maravilhoso. De repente… Um som de uma voz me trás de volta a realidade, retornando novamente o sofrer calado, o tormento e a solidão.
Sonhos e Poesias 