Vagabundo do Tempo

O tempo passou lento, lento…

E nova verdade se revelou

O amor, a vida, os momentos

Teve o seu principio alegre

Inédito no retrato passado

Acabado por razões instantâneas

Ao parecer dos antigos amantes

Que desdobram essa selva de pedra

A agonizar o ser apressado, pobre

A correr, a voar em outro mundo.

Que sempre foi o mesmo, o próprio

Desencarnado na garganta solitária

A desembocar um triste abalo

Na sismidez de uma mente ilusiva

Fanática aos pensamentos sonhadores

Desse mim que não foi um nada.

Nada… Somente o comum vagabundo

A caminhar de cidade em cidade

Aprendendo, dialogando, ensinando

Eternas esperanças idealizadas

A contribuir com tudo e todos.

Que passaram no tempo lento

Na lentidão do sofrimento agarrado

Amordaçado por várias atitudes

A desmoralizar sonhos à frente

Presente aos que me acompanhar

Nessa procura zonza e cansativa

Pois o tempo não é tempo

O tempo passa… Passa…

Passa o tempo lento

Como vagabundo do tempo.

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